22.10.2025 às 11:34 - Atualizada em 24.10.2025 às 12:21
MS Urgente Redação
A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul deflagrou, na manhã desta quarta-feira (22), a Operação “DNA Fiscal”, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa estruturada para praticar fraudes tributárias, lavagem de dinheiro e blindagem patrimonial no Estado.
A investigação é conduzida pelo Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), com apoio técnico da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz).
Durante a ação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra pessoas físicas e jurídicas ligadas ao grupo, que teria acumulado mais de R$ 779 milhões em débitos tributários inscritos em dívida ativa. Participaram também equipes da Delegacia de Polícia de Nioaque e da Deccor de Maringá (PR).
De acordo com as investigações, o grupo operava um esquema sofisticado de fraude fiscal, dividido em três núcleos principais:
Núcleo Gerencial: formado pelos verdadeiros administradores, que controlavam as empresas sem aparecer formalmente nos registros;
Núcleo de Interpostos (“laranjas”): composto por pessoas de baixa renda usadas como sócios ou administradores para ocultar os reais beneficiários;
Núcleo Financeiro: responsável pela movimentação de grandes quantias em espécie e pela ocultação de patrimônio por meio de empresas de fachada.
As empresas envolvidas declaravam o ICMS, mas não efetuavam o pagamento. Quando as dívidas cresciam e o risco de punição aumentava, os investigados criavam novas empresas, com os mesmos funcionários, fornecedores e estrutura, dando continuidade às atividades sob nova razão social.
O modelo se repetia por meio de holdings patrimoniais, sucessões empresariais simuladas e movimentações mensais que ultrapassavam R$ 1 milhão, segundo alertas emitidos por instituições financeiras.
O nome da operação, “DNA Fiscal”, faz referência à origem familiar do grupo, que, segundo a Polícia Civil, mantinha o esquema há décadas, passando o controle das empresas entre parentes para garantir a blindagem patrimonial.
Além das buscas, a Justiça determinou quebra de sigilo fiscal, bloqueio de bens e acesso a dados de dispositivos eletrônicos apreendidos, com compartilhamento de provas com a PGE e a Sefaz.
Em nota, a Polícia Civil reafirmou o compromisso de combater a corrupção e a sonegação fiscal, reforçando que as investigações seguem sob sigilo judicial.
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